quarta-feira, 22 de junho de 2011

DIONÍSIO !!




Dioniso, Diónisos ou Dionísio (do grego Διώνυσος ou Διόνυσος) era o deus grego equivalente ao deus romano Baco, das festas, do vinho, do lazer e do prazer, mas, sobretudo, da intoxicação que funde o bebedor com a deidade.

Filho de Zeus e da princesa Semele, foi o único deus filho de uma mortal, o que faz dele uma divindade grega atípica.



Nascimento


Há na mitologia grega, versões muitas vezes diferentes e contraditórias dos eventos mitológicos.

A história do nascimento de Dioniso não é diferente : existem pelo menos duas versões do nascimento de Dioniso, e uma delas está firmemente ligada ao nascimento de Zagreu.

Do refundir destas versões resulta a seguinte narração do nascimento de Dioniso.

Da união entre Persefone e Zeus sob a forma de serpente foi gerado o deus cornudo Zagreu.

Hera, ciumenta, persuadiu os Titãs a atacarem o deus infante enquanto ele se olhava num espelho.

Não só os Titãs o despedaçaram, como também comeram os pedaços do seu corpo - todos à excepção do coração que Atena resgatou.

Atena trouxe a Zeus o coração e este usou-o para preparar uma poção com a qual emprenhou Semele, que então gerou Dioniso.

Ocorreu que Hera, que sentiu ciúme de mais uma traição de Zeus, instigou Semele a pedir ao seu amante (caso ele fosse o verdadeiro Zeus) que viesse ter com ela vestido em todo seu esplendor, em outras versões lhe pediu que a mostrasse sua verdeira forma.

Semele então pediu que Zeus atendesse a um pedido seu, sem saber qual seria, em algumas versões, ela o fez fazer uma promessa pelo Estige, o voto mais sagrado, que nem mesmo os deuses podem quebrar.

Ele concordou e quando soube do que se tratava imediatamente se arrependeu.

Uma vez concedido o pedido teria que cumpri-lo.

Ele então voltou ao Olimpo e colocou suas vestes maravilhosas (ou demonstrou sua verdadeira forma), já sabendo de o que ocorreria.

De fato, o corpo mortal de Semele não foi capaz de suportar todo aquele esplendor, e ela virou cinzas.

Zeus retirou do fogo a criança abortada no sexto mês de gestação e coseu-o na sua coxa.

No momento oportuno, Zeus desfez os pontos de costura e deu à luz Dioniso.

Confiou-o a Hermes, e este passou-o a Ino e Athamas, persuadindo-os a criá-lo como uma menina.

Depois de adulto, ainda a raiva de Hera tornou Dionisio louco e ele ficou vagando por várias partes da Terra.

Quando passou pela Frígia, a deusa Cíbele o curou e o instruiu em seus ritos religiosos.

Curado, ele atravessa a Ásia ensinando a cultura da uva.

Ele foi o primeiro a plantar e cultivar as parreiras, assim o povo passou a cultuá-lo como deus do vinho.

Dionisio puniu quem quis se opor a ele (como Penteu) e triunfou sobre seus inimigos além de se salvar dos perigos que Hera estava sempre pondo em seu caminho.

Nas lendas romanas, Dioniso tornou-se Baco, que se transforma em leão para lutar e devorar os gigantes que escalavam o céu e depois foi considerado por Zeus como o mais poderoso dos deuses.

É geralmente representado sob a forma de um jovem imberbe, risonho e festivo, de longa cabeleira loira e flutuante, tendo, em uma das mãos, um cacho de uvas ou uma taça, e, na outra, um tirso (um dardo) enfeitado de folhagens e fitas.

Tem o corpo coberto com um manto de pele de leão ou de leopardo, traz na cabeça uma coroa de pâmpanos, e dirige um carro tirado por leões.

Também pode ser representado sentado sobre um tonel, com uma taça na mão, a transbordar de vinho generoso, onde ele absorve a embriaguez que o torna cambaleante.

Eram-lhe consagrados : a pega, o bode e a lebre.



Companheiros de Dioniso


Dioniso é normalmente mostrado na companhia de outros que estão a disfrutar do fruto da videira.

Uma figura incontornável é a deSileno, seu professor, companheiro fiel e notório consumidor de vinho, que lhe ensinou a cultura da vinha, a poda dos galhos e o fabrico do vinho e a quem é atribuído o papel de tutor do jovem deus nos hinos órficos.

Para além de Sileno, sátiros, centauros e ninfas bebem o vinho, tocam flautas, tomam parte em danças e perseguições amorosas.

Os retratos de Dioniso podem também incluir as Ménades, mulheres humanas levadas à loucura pelo deus do vinho que vagueavam à noite pelos montes e participavam em actividades ritualistas, tais como amamentarem crias de animais selvagens e ingerirem vinho, mel e leite.

Estas mulheres mitológicas mostram-se intoxicadas e violentas, como na ocasião em que despedaçam Penteu, rei de Tebas, na tragédia de Eurípides As Bacantes.



O culto dionisíaco

Os ritos religiosos dedicados a Dioniso eram conhecidos como os Mistérios Dionisíacos.

Implicavam normalmente agentes tóxicos, na sua maior parte vinho, para induzir transes que erradicavam as inibições.

O Culto de Dioniso assentava em rituais, mas há muito pouca informação concreta sobre a maior parte deles.

Sabe-se que os ritos se centravam num tema de morte-renascimento e que a maior parte dos praticantes eram "intrusos", ou seja estrangeiros, foras-da-lei, escravos e, especialmente, mulheres.

Acredita-se que eles entravam em transe e usavam música rítmica nos ritos.

As mulheres que participavam nestes rituais imitavam a conduta das Ménades.

Executavam danças frenéticas, extáticas, muitas das vezes em volta da imagem de Dioniso.

Nestas danças, as mulheres lançavam as suas cabeças para trás, expondo as gargantas, rolando os olhos, e gritando como animais selvagens.

Também executavam um ritual sacrificial, durante o qual as mulheres matavam cabras, cordeiros e gado e devoravam a sua carne crua.

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