Warcraft é uma série de jogos que se iniciou em 1994 com Warcraft : orcs and humans, ficando muito famoso com a sua sequência, Warcraft II, e alcançando seu ápice em Warcraft III : reign of chaos.
Era muito comum no começo dos anos 2000, entrar em uma lan house e ver todos os computadores ligados em CS ou em Wacraft.
Ainda hoje, os jogos tipo Dota, um tipo de pique-bandeirinha ambientado no Warcraft III, é sucesso em disputas online.
Agora algo que escapa aos gamemaníacos e ratos de lan house em geral, preocupados em conhecer e dominar a dinâmica do jogo de estratégia (como construir mais rápido, como montar um exército melhor mais rápido, como ganhar do seu oponente com um grupo de 3 peões…) é a história que se desenrola durante os vários níveis das campanhas.
A história de Warcraft é uma das mais ricas e interessantes que já vi dentro do tema de fantasia medieval.
Mais do que um jogo, para mim Warcraft é uma obra de literatura.
Primeiro porque não é uma história, apenas.
Se tudo começou como a história da guerra entre os humanos de Azeroth e os orcs de outra dimensão conhecida como Draenor, isso foi ultrapassado no terceiro episódio da série (Warcrft III : reign of chaos).
Warcraft conta várias histórias, de vários povos diferentes, desde os titãs, seres criadores e protetores dos mundos (espécie de deuses, embora os deuses no mundo de Warcraft não tenham essa função de criadores), até a escória de mortos-vivos, criaturas surgidas por influência demoníaca sobre as guerras entre humanos e orcs.
Não há um personagem principal.
Cada facção (Aliança, Horda, Escória, Sentinelas…) possui personagens importantes nas crônicas, todos com papéis decisivos em algum momento.
Em cada campanha se conta a história de uma determinada facção, e unindo todas as histórias se entende a história do mundo de Warcraft.
A corrupção da alma de um príncipe humano, ávido por vingança; a jornada de um jovem líder orc que guia seu povo na reconquista da honra e glória perdidas em um antigo pacto com demônios; o sacrifício de elfos da noite para proteger seu mundo mais uma vez contra as legiões de demônios, repelida milênios antes de qualquer humano ou orc cruzar espadas.
Outro motivo para defender fervorosamente essa tese (Warcraft = literatura), é a existência de ficções sobre o tema.
Existem realmente livros escritos sobre o mundo de Warcraft, que contam histórias que eram previstas pelos jogos, mas que nunca foram contadas on play, dentre as quais eu recomendo O Último Guardião (The Last Guardian), por ser simples e dinâmica.
Escritas por profissionais, estas histórias completam a história principal contada ao longo da série de jogos.
Elas prevêem que o leitor tenha algum conhecimento da história de Warcraft, caso contrário ele pode ficar um pouco perdido.
Em todo caso, não é necessário jogar os três jogos da série mais as duas expansões para entender Warcraft.
A Blizzard disponibilizou um resumão em seu site, muito melhor, aliás,
que pode ser encontrado no link :
Tudo bem.
Podem dizer que não há nada de criativo em Warcraft, que os autores simplesmente pegaram elementos já clássicos da fantasia medieval, alguns dos mais básicos até, como orcs e elfos, outros eles beberam de outras fontes, como os titãs da mitologia grega, jogaram tudo num recipiente, ligaram uma batedeira e deu no que deu.
Mas o mérito está realmente nessa simplicidade e na criatividade de contar uma história completamente nova com personagens antigos, está em recriar e não em criar.
Até porque a fantasia medieval hoje em dia já está cristalizada com alguns elementos que se forem modificados mudam o tema da história.
O mais interessante é a forma como esses elementos interagem e como a história do mundo de Azeroth realmente muda e se transforma pela força das atitudes deles.
Se você é um daqueles que só se interessavam por pegar a “ulti” de um dos heróis e mandar pra dentro da base inimiga e nem desconfiava que houvesse algo tão grande por trás daquele joguinho de estratégia que você jogava depois da escola, eu realmente recomendo que você jogue a campanha, ou melhor, leia material do assunto. Pode te surpreender.
Apesar de tudo eu tenho reticências sobre a última série de jogos Warcraft, o World of Warcraft.
Eu vejo que todo o incrível processo criativo que veio ao longo do tempo foi submetido à necessidade de criar um jogo mmorpg e nisso houve alguns elementos incoerentes com a história que vinha sendo realizada anteriormente.
Das últimas notícias que tive sobre essa continuação, as coisas estão melhorando.
É claro que quem joga o World of Warcraft, não concorda comigo.
Eles não entendem nada de Warcraft…
Ricardo Versus chora quando ouve a última fala da campanha dos orcs :
“ Não, velho amigo. Você libertou a nós todos…”
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