A Mitologia Nórdica diz respeito aos povos que habitaram, nos tempos précristãos,
os atuais países escandinavos (Noruega, Suécia e Dinamarca), além da gélida
Islândia.
Este conjunto de mitos também teve especial desenvolvimento na Alemanha,
que foi a grande divulgadora da riquíssima cultura dos nórdicos.
Com a expansão das navegações vikings, esta difusão acentuou-se ainda mais,
indo alcançar também os povos de língua inglesa e deixando sua marca
até na própria denominação dos dias da semana destes países
(Thursday, por exemplo, é o "dia de Thor"; e Friday, "dia de Freya").
No século XIII (cerca de trezentos anos após a conversão da Islândia ao cristianismo),
o islandês Snorri Sturluson (1179 - 1241) codificou grande parte destes
mitos no livro Edda em Prosa.
Nesta obra, o poeta e historiador islandês registrou algumas das principais lendas relativas aos deuses e heróis dos tempos pagãos que recolheu em suas andanças por todo o país.
Acrescentou também um extenso tratado de arte poética, onde ensinava a métrica
e o elaborado sistema de metáforas dos escaldos
(poetas que difundiam, oralmente, as antigas lendas).
Apesar de algumas destas histórias serem trágicas (como, por exemplo, a história de
Sigurd e Brunhilde), a maioria delas, ao contrário, tem uma veia cômica bastante
pronunciada, especialmente, aquelas nas quais os deuses são os protagonistas.
Jamais saberemos, no entanto, até que ponto a versão original destas histórias tinha mesmo esta
conotação ou até onde houve a intenção (deliberada, ou não) do cristão Sturluson
de tentar ridicularizar os antigos deuses do paganismo.
De qualquer forma, são justamente estas as histórias mais interessantes e representativas da riquíssima mitologia nórdica.
Nelas, Odin (ou Wotan) e sua irrequieta trupe estão sempre envolvidos em jogos de
enganação com os gigantes, seus eternos inimigos, destacando-se, invariavelmente, o
astuto - e quase sempre perverso - Loki, o enganador por excelência (Loki representa
nesta mitologia um papel análogo ao da velha serpente dos cristãos, que se compraz em
tramar nas sombras a destruição dos deuses).
De modo geral, Odin e seus comparsas saem-se melhor nestas divertidas -
e quase sempre violentas - disputas, embora, às vezes, também façam
o papel de bobos, como na desastrada visita que Thor fez a
Jotunheim, a terra dos Gigantes.
Fonte de inspiração para as mais variadas áreas, a riquíssima mitologia nórdica
inspirou a criação de muitas obras, como a do escritor inglês J. R. R. Tolkien, que foi
colher na mitologia escandinava o fundamento básico de seu fantástico universo literário.
O argentino Jorge Luis Borges também não escapou a essa influência, dedicando várias
de suas páginas às brilhantes metáforas ("kenningar") que encontrou na poesia
islandesa.
Outro grande artista que se inspirou nas lendas vikings foi o compositor alemão
Richard Wagner, que as utilizou largamente para compor a sua famosa tetralogia
operística "O Anel dos Nibelungos", que apresentamos sob a forma romanceada de uma
pequena novela, na segunda parte deste volume.
O leitor haverá de notar que, embora os personagens continuem praticamente os mesmos,
há, porém, algumas alterações nas suas denominações (Odin, por exemplo,
na transposição de uma mitologia para a outra, passa a se chamar Wotan),
além de ligeiras modificações em seus atributos.
Entretanto, o leitor, que a esta altura já estará familiarizado com o universo mítico dos nórdicos,
não encontrará dificuldade alguma em situar-se na trama, que gira em torno da luta impiedosa
pela posse de um anel maléfico (onde já vimos isto antes ?) e das conseqüências que a
ambição desmedida acarreta ao ser humano - e, por fim, ao próprio universo.
Com a inclusão desta obra fundamental da cultura alemã, cremos haver reunido num
único volume as principais lendas relativas à riquíssima mitologia dos povos do norte da
Europa, servindo de introdução a todos aqueles que apreciam estes verdadeiros
devaneios poéticos das raças que são as mitologias de todos os povos.
MAIS UM POST COM MÉRITOS AO AMIGO GILFF
QUE PESQUISOU E ACHOU !!
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