sexta-feira, 24 de junho de 2011

A GRÉCIA ANTIGA !!

O porquê de estudar os antigos gregos ? 


Porque não existe no mundo alguma cultura como a grega  que tenha tido um impacto tão profundo na sociedade ocidental em áreas que vão da arte, literatura, filosofia, drama, arquitectura e politica.


 As suas visões inspiram o intelecto ajudando ainda hoje a sociedade ocidental na cultura e nas noções de democracia e liberdades pessoais.


 Os cientistas gregos revolucionaram com as suas descobertas a medicina, matemáticas, física, e astronomia.


 E foram os gregos, através da  filosofia, instigaram a exploração da mente e da consciência.


 A beleza da sua arte e precisão das suas estátuas reflectem o desenvolvimento humano e a expressão do individuo. 






Os séculos decorridos entre o início da idade do bronze, por volta do terceiro milénio a.C., até o fim do período micénico, por volta do ano 1100 a.C., são denominados Período Heládico. 

Durante essa fase, a população local, constituída inicialmente de pacíficos criadores e agricultores, transformou-se em povo guerreiro. 

A economia baseava-se no comércio marítimo com as ilhas e com os povos da costa leste do Mediterrâneo. 

Os chefes guerreiros dedicavam-se à guerra e à busca da fama e beneficiavam-se tanto do comércio quanto das terras de agricultura e pecuária, trabalhadas pelos servos.

No ano 2600 a.C. houve uma invasão de povos oriundos da Anatólia que sabiam trabalhar o ferro e aperfeiçoaram as técnicas de agricultura e navegação. 



Mapa da Região de Anatólia


Cerca de seis séculos depois, tribos Indo-européias invadiram a península pelo norte e destruíram a sociedade existente. 

Absorveram as práticas dos habitantes anteriores, mas passaram a viver em complexos fortificados.

Por volta do ano 1600 a.C., a fusão entre grupos do continente e a civilização minoica de Creta levou ao surgimento da Cultura micénica, nome derivado da cidade de Micenas, no continente. 

A civilização minoica, a mais característica de toda a região do Egeu, notabilizara-se por suas cidades populosas, com grandes edifícios e residências luxuosas; 

pelo agudo senso comercial; pelas conquistas artísticas, que incluíam a escrita; 

e pela forma de governo, que concentrava o poder político nas mãos de um rei, encarregado de administrar as riquezas do país. 





Arte de Micenas


Diante da pressão dos Dórios, povo procedente do norte que migrou para a Grécia no início do século XII a.C., a civilização micénica sucumbiu. 

Os dórios eram um povo guerreiro, que usava armas de ferro e cultuava deuses masculinos, mais frequentemente do que femininos.

À medida que a Grécia se recuperava dos efeitos da invasão, o povo grego foi desenvolvendo uma língua e uma religião em comum com os dórios, e as populações tornaram-se semelhantes. 

Todos cultuavam uma família de deuses chamados Olímpicos, que habitariam palácios no Monte Olimpo. 

O culto compreendia a realização de festivais, disputas atléticas entre as cidades e cerimónias dedicadas ao deus protector de cada cidade. 

A mais conhecida dessas celebrações eram os Jogos Olímpicos, realizados a cada quatro anos em Olímpia, em honra a Zeus e Hera

Os jogos começaram a ser disputados em 776 a.C., primeira data registrada da história da Grécia antiga. A partir de então, os gregos passaram a datar os acontecimentos fazendo referência ao ano olímpico.






Guerreiros Dórios

ZEUS




































HERA.





Pressionada pelo crescimento demográfico na Grécia continental, a população fundou várias colónias, da Anatólia e do Mar Negro à França, Espanha e Norte da África. 

Os oriundos de Atenas fundaram as primeiras colónias na Anatólia, ajudados pela Lídia.

As cidades jónicas originaram-se do comércio no mar Negro. 

Os habitantes das novas cidades da Ásia ou das margens do Mediterrâneo consideravam-se gregos e mantinham laços com suas cidades de origem.

No final do século VII a.C., a cunhagem de moedas, que os gregos jônicos aprenderam com os lídios, revolucionou o comércio. O século V a.C., foi a um só tempo infausto e glorioso para a Grécia continental.

Os Persas invadiram por duas vezes o território grego, de forma devastadora.

Em 490 a.C. Dário I lançou uma força invasora, mas o exército ateniense rechaçou o ataque, na Batalha de Maratona.

A vitória foi importante por duas razões: mostrou as perdas que os Hoplitas (soldados de infantaria com armadura pesada ou fortemente armados) gregos foram capazes de impor aos persas e pôde ser usada para fins de propaganda.

A segunda guerra greco-pérsica, dirigida por Xerxes, filho e sucessor de Dário I, teve início com a expedição punitiva realizada dez anos depois, quando os persas derrotaram os gregos no desfiladeiro das Termópilas e incendiaram a Acrópole. 

Mesmo assim, Temístocles, comandante da frota ateniense, destruiu com as trirremes gregas - naus dotadas de três pavimentos de remos e vela redonda - a frota persa, em Salamina.

Sem o apoio naval, o exército persa foi finalmente dizimado na Batalha de Platéia, em 479 a.C., por uma confederação de cidades gregas. 





Hoplitas &  Rei Xerxes


Em 477 a.C. Atenas firmara com as cidades jónicas uma aliança, a Liga de Delos, para protegê-las dos persas.

No início, as cidades que faziam parte da liga mantiveram sua autonomia, mas Atenas desde o primeiro momento assumiu a direção militar e a administração dos recursos que os aliados haviam depositado no templo de Apolo, em Delos.

Ao afastar-se o perigo persa, a hegemonia ateniense começou a ser discutida por algumas cidades, como Naxos e Tasos, que tentaram sem êxito abandonar a liga;

 pelas cidades independentes, como Corinto, que se sentiam ameaçadas;

 e pelas que faziam parte da Liga do Peloponeso, à frente das quais estava Esparta.

Os choques entre Atenas e outras cidades se tornaram cada vez mais frequentes. A intervenção ateniense no conflito entre Corinto e Corcira (actual Corfu) provocou, a pedido de Corinto, a reunião da liga do Peloponeso, cujos membros decidiram declarar guerra a Atenas.

Os atenienses nada fizeram para evitá-la, confiantes nas vultosas reservas de ouro, suficientes para financiar um longo conflito, e na frota de navios, imensamente superior à dos peloponesos.

 Mas o exército espartano era mais numeroso e estava melhor preparado que o ateniense.

 Começou assim uma guerra que se prolongaria por quase trinta anos, com resultados desfavoráveis para ambos os lados.




Depois da guerra do Peloponeso instalou-se a hegemonia lacedemónia e Esparta tentou impor o regime oligárquico em toda a Grécia.

 Descontente com o acordo de paz e com o predomínio de Esparta, Tebas fez uma aliança com sua antiga inimiga Atenas.

 Em 379 a.C., dois tebanos, Pelópidas e Epaminondas, organizaram uma conspiração contra a guarnição espartana da Cadméia (cidadela de Tebas), que marcou o começo da decadência de Esparta.

 Ameaçados pelo avanço tebano, os espartanos assinaram, em 374 a.C., um novo tratado de paz com Atenas : esta reconhecia a supremacia espartana no Peloponeso, e Esparta, em troca, reconhecia a segunda liga marítima ateniense.

 Esparta, no entanto, quebrou o acordo e interveio contra Atenas mais uma vez no oeste.

Começou nessa época o apogeu da Thessalia e de Tebas, que reorganizaram seus exércitos e restauraram a Liga Beócia, o que motivou a reaproximação entre Esparta e Atenas.


 Na Batalha de Leuctras, em 371 a.C., Epaminondas, renovador da tática militar, infligiu à infantaria espartana uma derrota de que ela nunca mais se recuperou.

 Depois da Batalha de Mantinéia (362 a.C.), em que os tebanos, apesar de terem vencido os atenienses e espartanos, perderam Epaminondas, assinou-se uma paz pela qual nenhum estado conseguiu impor seu domínio.

 O equilíbrio alcançado após Mantinéia se apoiava unicamente na exaustão a que tinham chegado igualmente todos os estados gregos.

 Com o desmoronamento definitivo dos sonhos e ambições hegemónicas de Atenas, Esparta e Tebas, a Grécia ficou à mercê de um país do norte : a Macedónia.

  A dissolução da liga ateniense ocorreu ao mesmo tempo em que a Macedónia começava a ascender, liderada por Felipe II.




 Depois de unificar o reino, Felipe II iniciou uma política de expansão cujo primeiro objectivo foi proporcionar ao país uma saída para o mar.

 As cidades que resistiram foram destruídas.

 A conquista das minas de ouro do Monte Pangeu forneceu os recursos necessários para fazer da Macedônia uma potência. 

O exército macedónico foi reorganizado por Felipe II, que o dotou da famosa falange e de equipamentos de guerra. Atenas não se opôs ao avanço macedônico.

 Só mais tarde o orador Demóstenes concitou os cidadãos atenienses a resistirem a Felipe II, mas, juntamente com os tebanos, os atenienses foram derrotados na decisiva Batalha de Queroneia, em 338 a.C.

 Felipe II uniu todas as cidades gregas, com excepção de Esparta, e assumiu pessoalmente o comando da confederação, o que na prática significou submeter a Grécia à Macedónia.

 Felipe II foi assassinado em 336 a.C., quando se preparava para realizar a conquista da Pérsia.

Seu filho e herdeiro, Alexandre o Grande, que tinha então vinte anos, transformou em realidade esse ambicioso projeto. 

Toda a sociedade grega sofria então as consequências de suas próprias guerras civis e dos confrontos com a Macedónia.

 Alexandre o Grande se propôs unificar sob seu poder todo o mundo civilizado.

 Entretanto, antes de iniciar suas campanhas contra a Pérsia precisava assegurar o domínio sobre as cidades gregas. Primeiramente, conseguiu que a Liga de Corinto o nomeasse comandante supremo dos gregos.

 Depois de submeter, em 335 a.C., os Trácios e Ilírios, que se haviam sublevado, voltou-se contra Tebas, que também se rebelara e destruiu a cidade, matando ou escravizando todos os seus habitantes.

 A Grécia comprovou a impossibilidade de opor-se a Alexandre, que pôde então empreender suas conquistas na Ásia.

 Depois de confiar a Antípatro a regência da Macedónia e o governo da Grécia, cruzou o Helesponto. Em 334 a.C., Alexandre atravessou a Ásia, desafiou Dario III e chegou à Índia.

 Suas conquistas e seu projecto de construir uma ponte entre o oriente bárbaro e a civilização grega constituíram a origem da chamada Civilização Helénica, que se desenvolveu em grande parte da Ásia (Pérsia, Síria e Índia) e no Egito.

 Assim, depois que a Grécia perdeu o poder e a independência política, sua língua e sua cultura se tornaram universais.

 Alexandre concebeu o plano de um império que resultaria da união de gregos e persas, mas morreu de febre na Babilónia, em 323 a.C.

 Liderados por Atenas, os gregos se revoltaram nesse ano contra a Macedônia na chamada Guerra Lamiana, mas tiveram de capitular depois da derrota de Amorgos e a Liga de Corinto foi dissolvida.

 O problema da sucessão de Alexandre arrastou o país a novas guerras.

 Por fim, impuseram-se os Antigónidas na Macedônia, a Monarquia Seléucida no Oriente e a Ptolomaica no Egito.

 Com isso, o império dividiu-se definitivamente, embora os anseios de liberdade dos gregos os levassem ainda a novas guerras e coligações, de êxito esporádico, até a intervenção final e a ocupação do território pelos romanos.

 As primeiras relações dos romanos com as cidades gregas haviam sido amistosas.

 Todavia, quando em 215 a.C. Felipe V da Macedónia aliou-se ao cartaginês Aníbal, Roma resolveu intervir militarmente e obteve a vitória contra os macedônios em Cinoscéfalas, no ano 197 a.C.

 Seguindo uma política de prudência, Roma respeitou o reino macedônio e devolveu a autonomia às cidades gregas.

 A partir de 146 a.C., porém, a Grécia ficou submetida definitivamente ao domínio da República Romana, embora tenha continuado a manter a primazia espiritual sobre o mundo antigo.



Alexandre o Grande
  

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