domingo, 19 de junho de 2011

CÃES DO INFERNO !!




Numa noite tempestuosa de l677, Sir Richard Capel, senhor de Brooke Manor, no Devon, Inglaterra, morreu. Segundo a lenda, os cães espectrais da Caçada Selvagem rondaram, furiosos, toda a noite, esperando pela sua alma. Outra versão refere que Sir Richard, conhecido por raptar jovens e mantê-las prisioneiras em Hawson Court, foi perseguido através da região de Dartmoor pelos cães do inferno até cair morto.

Os cães Wisht, como também eram conhecidos em Devon, eram a matilha espectral que acompanhava a Caçada Selvagem, e dizia-se que os seus uivos eram ouvidos nas regiões mais bravas de Dartmoor. Um dos locais preferidos dos cães era a zona conhecida por bosque de Wistman, cujo nome, tal como o dos próprios animais, terá provavelmente derivado de uma palavra do Devon que significa "misterioso".

O nome do bosque deve-se à solidão e aspecto sinistro dos seus carvalhos retorcidos e centenários revestidos de musgo.Para garantir que ele não "passearia" depois de morto, Sir Richard foi enterrado a grande profundidade no lado exterior do pórtico sul da Igreja de Buckfastleigh.

Por cima, foi colocado um pesado altar-túmulo e uma pequena casa construída no topo. A casa tem uma grade de ferro maciço de um lado, e do outro, uma pequena porta de carvalho com um grande buraco de fechadura. Ao longo dos séculos, a lenda transformou Sir Richard num quase-vampiro, e ainda no final da década de 70 as crianças da aldeia davam 13 voltas à casa e depois desafiavam-se umas as outras a enfiar um dedo no buraco da fechadura para sentir Sir Richard a roer-lhes a ponta do dedo.

Sir Richard pode ter servido de inspiração para o vilão Hugo, do romance O Cão dos Baskervilles, de Sir Arthur Conan Doyle. Conan Doyle situou a sua história em Dartmoor e ligou a lenda de Sir Richard com a ideia de um cão negro espectral, oriundo da mesma tradição mitológica que os cães do inferno.

A região de Dartmoor é rica em lendas de cães espectrais. Umadelas fala de um lavrador que em certa noite escura se dirigia a cavalo para casa. Quando passava por um círculo de pedras, Foi silenciosamente ultrapassado por uma matilha de cães espectrais. Chamando o caçador que os acompanhava, pediu-lhe parte da sua caça. -Toma isto! - gritou o caçador, atirando-lhe uma trouxa.

Quando o lavrador a abriu em casa, descobriu o corpo do seu filho. Esta história horrível também é contada na Alemanha, onde se diz que a Caçada Selvagem recolhe as almas de crianças por batizar. Também em Dartmoor são estas alminhas que os cães espectrais procuram enquanto correm ao longo do trilho conhecido por Caminho do Abade, aterrorizando os carneiros e os pôneis selvagens.

Cães do Inferno fazem também parte do folclore da Inglaterra onde são conhecidos por Barghest, que aparecem para anunciar a morte, e são descritos como cães negros, enormes, com grandes olhos vermelhos e incandescentes, que têm a estranha capacidade de desaparecer em um estalar de dedos. Há versões que dizem também que esses cães são responsáveis por buscar a alma das pessoas que fazem pacto com o demônio.

São seres sobrenaturais que costumam ser vistos em encruzilhadas, e são geralmente ligados ao inferno.
Relatos de Cães do Inferno surgem de vários lugares do mundo e não só na Inglaterra. Em um caso contado por Theodore Ebert, de Pottsville, na Pensilvânia, na década de 50 ele afirma que certa noite quando ainda era garoto, caminhava com alguns amigos pela estrada Seven Star e um grande cão negro apareceu do nada e ficou entre ele e o amigo. Quando foi acariciá-lo, ele desapareceu. Desapareceu em um estalar de dedos.

Em outros casos eles nem sempre são vistos como seres do mal. Na Grã-Bretanha, suas lendas contam que os cães negros apareciam às pessoas nas estradas para conduzir as mesmas, como um espírito protetor. Já na Inglaterra, ele surgia para ameaçar as pessoas ou somente para passar um prenúncio de morte.

Um dos relatos mais antigos sobre a aparição de um destes seres é contado no manuscrito francês Annales Franorum Regnum de 856 dC. Neste manuscrito é relatado que uma repentina escuridão envolveu uma igreja durante uma missa e que um grande e misterioso cão negro que soltava faísca pelos olhos apareceu e se pôs a inspecionar o recinto, como se procurasse por alguém ou alguma coisa, até que, desapareceu num piscar de olhos.

Outro caso que estranhamente se passou também em uma igreja, aconteceu em 4 de Agosto de 1577, em Bongay, a cerca de Norwich, Inglaterra. Um manuscrito conta que durante uma tempestade um cão negro entrou na igreja e disparou correndo no corredor. O sombrio animal foi responsável pela morte de dois cidadãos que se encontravam no local e ainda queimou um terceiro.

Em Devorich na Inglaterra, numa noite de 1984 um homem em Devonshire, conta que avistou uma coisa preta e enorme quando andava de carro, parou bruscamente o carro e ela, à luz dos faróis, diminuiu o passo e andou na direção do carro. Diz que viu seus olhos claro feito o dia, eram verdes e vidrados, ela olhou bem na linha do capô, pois era daquela altura, e foi embora. Como uma luz que se apaga e não a viu mais. Diz que não é como um cachorro comum e que o deixou amedrontado.



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