sábado, 18 de junho de 2011

ARIÁDNE !!







A trajetória da heroína Ariadne, filha do soberano de Creta, Minos, e de Pasífae, teve início quando ela caiu de amores por Teseu, descendente de Egeu, rei ateniense, e de Etra; o herói logo demonstrou nobreza e firmeza de ânimo. Ela demonstra seu interesse pelo rapaz quando ele se entrega por vontade própria ao Minotauro, ser meio homem, meio touro, que ocupava o labirinto edificado por Dédalos. Ele toma essa decisão ao saber que sua terra natal deveria entregar como tributo a Creta uma cota anual de sete moças e sete homens, os quais seriam oferecidos ao monstro, que era carnívoro.

A estrutura labiríntica fora criada no Palácio de Cnossos, com vários caminhos enredados, de tal forma que ninguém seria capaz de deixar seu interior depois que houvesse nele entrado. Mas Ariadne, completamente apaixonada, oferece ao seu amado, que também parece amá-la, uma espada para ajudá-lo a lutar contra o monstro, e o famosofio de Ariadne, que o guiaria de volta ao exterior.

A ideia é bem sucedida e ambos retornam triunfantes, mas, a partir de então, há várias versões sobre a sequência deste conto. Uma delas dá conta de que Teseu teria deixado a amada na ilha de Naxos, possivelmente cumprindo ordens de Atena, deusa da guerra e da sabedoria.

Alguns pesquisadores afirmam que ela teria dado cabo de sua própria vida neste recanto; outros concluem que ela morreu no parto de seu filho, em Chipre. Mas a narrativa mais disseminada conta que Afrodite, deusa da beleza e do amor, teria se compadecido de sua sina e teria lhe oferecido como consorte Dioniso, o deus do vinho, e ambos teriam gerado dois filhos. Há ainda outra possibilidade, menos conhecida, segundo a qual Diana, deusa da caça e da lua, seria a responsável por sua morte, em cumplicidade com Dioniso.

Naxos, região onde supostamente teria sido abandonada, rememora constantemente a imagem de Ariadne, que muitos preferem acreditar ter sido mesmo oferecida a Dioniso ou Baco, filho de Júpiter e Sêmele, uma vez que esta localidade parecia ser o refúgio predileto deste deus. A jovem é celebrada com festivais e sacrifícios realizados no contexto de um ritual.

Esta história parece proceder da Creta de Minos e de algumas regiões insulares vizinhas, principalmente Naxos, ou mais distantes, como Chipre; nesta ilha ela é respeitada como deusa da vegetação. Imagens de Ariadne geralmente a apresentam ao lado de Teseu e, outras vezes, na companhia de Baco.

Dioniso, logo após a união, presenteia sua esposa com uma coroa de ouro, a qual é revestida de pedras preciosas; depois da morte de sua amada ele lança a joia na direção do céu, cumprindo seu último desejo. Então a heroína se converte em estrelas luminosas, em forma de coroa, localizadas entre a constelação de Hércules e a da serpente.

Até hoje o fio de Ariadne é constantemente citado nos âmbitos da filosofia, da ciência, dos mitos e da espiritualidade, entre outras esferas que reivindicam seu significado metafórico. Vinculado ao símbolo do labirinto, ele é constantemente visto como a imagem com a qual se tece a teia que guia o Homem na sua jornada interior, e o ajuda a se desenredar do caminho labiríntico que percorre em sua busca do autoconhecimento.


O que me atrai em Ariadne é que ela é uma simples mortal que alçou a magnitude de ser associada ao divino, considerada ainda, como a Senhora dos Labirintos. O labirinto é a terra de nossas esperanças, de nossos sonhos e de nossa vida. Os labirintos são janelas do tempo, portais que aprisionam o tempo e que se deixam guiar nos estados alterados de consciência. Alguns povos acreditavam que o labirinto possuia propriedades mágicas e quando se caminhava dentro dele, podia-se controlar o tempo.


Ariadne foi a filha do rei de Creta que apaixonou-se por Teseu quando este foi mandado, voluntariamente, como sacrifício ao minotauro que habitava o labirinto construido por Dédalo e tão bem projetado que quem se aventurasse por ele não conseguiria mais sair. Este amor foi retribuido, e Ariadne deu uma espada para que Teseu enfrentasse o Minotauro e um novelo de linha pra que ele pudesse achar o caminho de volta. Teseu saiu vitorioso, e partiu de volta à sua terra com Ariadne.

No caminho de volta passaram em Naxos onde Teseu abandonou-a adormecida. Ao acordar, vendo-se sozinha, Ariadne se desespera. Esta, desesperada atirou-se ao mar, procurando a morte. Vênus, ao perceber seu desespero, se apieda de Ariadne e promete a ela um amante imortal, em lugar do ingrato mortal que tivera. Dionisio segurou-a em seus braços e imediatamente se apaixonou por Ariadne, casaram-se e tiveram filhos e, quando Ariadne morreu, Bacchus colocou no céu em forma de estrelas a sua coroa, como lembrança do seu amor.

Por tais razões é que Ariadne é retratada como líder das extasiantes mênades dançantes, as mulheres seguidoras de Dionísio. Mencionada ainda, como supervisora dos rituais femininos da Vila dos Mistérios, na antiga Pompéia. Esta vila era um lugar destinado à iniciação de mulheres. O primeiro estágio da iniciação começava com orações preliminares, refeição ritual e purificação. O segundo estágio é a entrada no submundo, mostrando sátiros meio-humanos e meio-animais, e Sileno, velho gordo e bêbado, mas dotado de imenso conhecimento do passado e do futuro. Com a perda da consciência, a iniciada entrava no mundo de instintos e sabedoria, distante da segurança racional.

Em cada estágio posterior, a iniciada ia se desfazendo de suas vestes, como se ela fosse despir-se de antigos papéis, a fim de receber uma nova imagem de si mesma. No estágio final, uma cesta contendo o falo ritual é descoberta diante dela. Agora, ela se torna capaz de olhar para o poder fertilizador do deus, uma força regenerativa primordial. Então, uma deusa alada, com chicote comprido e fustigante ergue-se sobre a iniciada, que se submete com humildade. Há também a presença de uma mulher mais velha usando o chapéu da sabedoria, como alguém que já tivesse sido iniciada, e em cujo colo a iniciante, ajoelhada, pousa a cabeça. Ela não protege a noviça, mas lhe dá apoio.

Depois da iniciação a iniciante é vestida com lindos trajes e toda enfeitada. Ela se vê no espelho de Eros, que reflete sua natureza feminina no relacionamento. Ingressou, experimentou e agora personifica o matrimônio sagrado de Ariadne e Dionísio.

É uma evolução notável de suas realizações, pois passa uma mulher triste e abandonada para uma forte ligação com os deuses. Agora é outra mulher, pronta para passar ao mundo exterior a sua força interior.



.................

Nenhum comentário:

Postar um comentário