Marie Laveau,
a famosa rainha voodoo
de Nova Orleans, do século 19,
uma vez disse ser vampira.
Não, ela não era.
Mas um notável escritor do início de 1800,
Lafcadio Hearn, disse que ela era –
ao menos isso é o que especulamos.
Ele provavelmente estava falando da filha dela,
também chamada Marie,
com quem ele propositalmente viveu.
Então, Mister Hearn era um romântico.
Nascido na Grécia (terra dos Vrykolakas),
renomado como jornalista e escritor em Nova Orleans,
onde se tornou familiar com a comunidade voodoo,
Lafcadio caminhou pelo lado negro, com certeza.
Mas suas alegações sobre Marie Laveau
não eram de todas inacreditáveis.
No voodoo em Nova Orleans no séc. XIX,
o sangue dos novatos era drenado,
e segundo consta, bebido.
Selvagens, alguns relatos falam de crianças
sendo cozinhadas em caldeirões e então comidas.
Isso não acontecia, mas algumas pessoas acreditavam nisso,
exatamente como alguns acreditavam
que os vampiros espalharam a Peste Negra na Europa.
Mas existiam razões para se chamar Marie Laveau
de vampira (poderíamos dizer, uma… vamp ?).
Ela era tão sensual quanto sobrenatural.
E não muito diferente de Laveau,
os vampiros da velha Europa carregavam
a mensagem subliminar do sexo consigo,
quando se reerguiam dos caixões
em busca de sangue.
A mente vitoriana podia ser confrontada
com a subliminar sensualidade dos vampiros
através da ficção do Dracula,
mas, nos tempos antigos, existiam dois demônios
que não eram tão sutis quanto
ao propósito de suas visitas noturnas.
Esses “ demônios românticos ” eram os íncubus e as succubus.
Pesadelos, sobre a ótica clássica da análise Freudiana,
eram relacionados com ansiedade ou repressão sexual.
Mas na Idade média, visões de demônios da noite que visitavam a cama de alguém eram inquestionáveis de que se tratavam do trabalho do íncubus (masculino) e da succubus (feminino).
Os íncubus/succubus eram demônios
que atacavam as pessoas durante o sono.
Na noite a criatura paralisava a vítima
e então começava relações sexuais com ela,
contra a vontade da vítima, claro.
Essa crença nesses demônios noturnos é explicada hoje
como a racionalização da repressão sexual
perpetrada pela opressão da Igreja,
ao menos, por um ponto de vista.
A lenda do vampiro não é muito diferente
dos contos de íncubus/succubus,
salvo a diferença que os vampiros bebem o sangue,
ao invés de não manterem relações sexuais com suas vítimas.
Alguns diziam que uma succubus
era essencialmente uma linda,
porém demoníaca, metamorfa
que assumia a forma feminina
que mais agradasse a vítima masculina,
na ânsia de reproduzir com ele
pequenos demônios.
Então, uma vamp !
Outros diziam que uma succubus
se transformava num íncubus
quando transava com um homem,
e voltava a ser succubus
quando transava com mulheres,
e por aí vai…
Os íncubus/succubus eram usualmente
associados com a bruxaria.
Um livro de 1584 chamado Descobertas da Bruxaria,
de Reginald Scot falava do fenômeno íncubus/succubus
e declarava ter visto um íncubus
na cama de uma mulher.
Por vezes, em outros casos,
ele atribuía o demônio à imaginação.
Mas basicamente alguém poderia, relutantemente,
concordar em declarar que tinha tido relações sexuais
com um íncubus/succubus, forçado por bruxaria.
Mas assumir que tinha transado
com o diabo ou com demônios
era uma evidência de ser uma bruxa.
E eles matavam bruxas.
É interessante notar que as pessoas acreditavam
que existiam diferentes “classes” de demônios,
alguns mais exaltados que os outros.
Os íncubus/succubus eram inferiores
na hierarquia dos demônios.
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