O significado da Alquimia pode assumir diversas conotações de acordo com o contexto em que é aplicada e da forma como é interpretada.
A alquimia pode ser considerada uma modalidade de ciência, talvez a mais antiga da história da humanidade, que originou diversas outras, inclusive a química contemporânea.
Porém, não é possível classificá-la apenas como uma ciência.
Isto porque, na alquimia, inclui-se diversos elementos místicos, filosóficos e metafóricos; além de uma linguagem simbólica e interpretativa.
Assim, podemos classificá-la genericamente como uma antiga tradição que combina química, física, arte e ocultismo.
Por esse motivo, a alquimia também é classificada como uma ciência ou arte hermética.
Neste caso, hermético é uma alusão direta ao lendário Hermes Tris- megistus e significa de difícil acesso e compreensão, reservado apenas para os Iniciados nas artes ocultas.
Esta camada de incertezas relaciona-se também quando se discute a origem da palavra.
Alquimia pode ser originada no vocábulo árabe kimia, que por sua vez, deriva-se da palavra egípcia keme, que significa terra negra e era uma das formas usadas para referir-se ao Egito, país onde provavelmente surgiu a alquimia.
Ainda, pode-se considerar que a palavra tenha surgido da expressão árabe al khen que tem raiz grega na palavra elkimya e significa o país negro.
Também cogita-se uma origem direta no grego, na palavra chyma que se relaciona à fundição de metais.
Os preceitos da alquimia se encontram condensados na misteriosa Tábua Esmeralda.
A esmeralda era considerada a pedra preciosa mais bela e com uma simbologia maior.
Uma das características principais dos tratados alquímicos é a linguagem complexa e rebuscada na qual são redigidos.
Durante a Idade Média, isto poderia ser um recurso usado pelos alquimistas para que não fossem alvo da perseguição da Santa Inquisição.
Porém, também é possível que os autores tentassem ocultar as fórmulas, de modo que apenas outros alquimistas compreendessem.
SÍMBOLOS E OBJETIVOS :
Na linguagem alquímica encontra-se associação
de símbolos astrológicos com metais.
O Sol, por exemplo, é associado ao ouro;
a Lua representa a prata;
Marte associa-se ao ferro
enquanto Saturno ao chumbo.
Animais (mesmo mitológicos como o dragão) e suas características
também são usados para definir os elementos e as substâncias
e os processos ao qual são submetidos.
O unicórnio ou o veado é usado para representar o elemento terra;
o peixe representa a água;
pássaros fazem referência ao ar
e salamandras aludem ao fogo.
Ainda, o sal é normalmente representado por um leão verde.
A fase de putrefação do processo alquímico é representada por um corvo.
Esta simbologia alquímica é encontrada até mesmo mesclada com ícones do cristianismo medieval.
Por exemplo, nas seculares catedrais góticas, há uma imensa combinação de imagens cristãs com animais, símbolos químicos e zodiacais.
De forma geral, pode-se definir três objetivos básicos da alquimia.
O primeiro e, conseqüente- mente, mais importante é produzir a chamada Pedra Filosofal (ou mercúrio dos filósofos, entre outros diversos nomes) que seria uma substância obtida a partir de matéria-prima grosseira.
Através da Pedra Filosofal seria possível atingir os outros objetivos, que seria a transmutação da matéria (metais inferiores transformados em ouro) e produzir o Elixir da longa vida, uma espécie de medicamento universal que tornaria a pessoa que fizesse uso, imune a qualquer doença.
Os sábios alquimistas ocidentais afirmavam que a obtenção de ouro foi um fracasso pela falta de concen- tração e preparação espirituais dos que realizavam as experiências.
Ainda, entre os alquimistas, há uma idéia de criar vida humana de modo artificial.
O homúnculo(do latim, homunculus, pequeno homem) seria uma criatura de aproximadamente 12 polegadas de altura que poderia ser criada através de sêmen humano colocado em uma retorta totalmente fechada e aquecida em esterco de cavalo durante 40 dias.
Assim se formaria um embrião.
Possivelmente, Paracelso foi o primeiro alquimista a divulgar este conceito.
Porém, é provável que a verdadeira intenção dos alquimistas era promover uma profunda mutação na alma e na natureza humana.
Este objetivo fica camuflado sobre fórmulas químicas e simbologias complexas.
A ALQUIMIA NA HISTÓRIA :
Na China, a prática da alquimia estaria associada ao Taoísmo, que é o ensinamento filosófico-religioso chinês.
Além da associação à filosofia védica, na Índia, por volta do ano 1000 a.C., que apresenta semelhanças com alguns fundamentos alquímicos.
No Egito antigo, era considerada obra do deus Thoth (divindade associada à Hermes Trismegistus.
Ainda no Egito, na cidade de Alexandria, a alquimia recebeu influência da filosofia neoplatônica, que se baseia no conceito de que a matéria, apesar de múltiplas aparências, é formada por uma substância única.
Esta seria a justificativa para a transmutação almejada pelos alquimistas através da fusão dos quatro elementos fundamentais da Antigüidade: fogo, ar, água e terra.
De qualquer forma, a alquimia floresceu realmente a partir de meados do século VII, quando os povos árabes invadiram o Egito.
Assim, o acervo de escritos alquímicos foram traduzidos para os idiomas árabes e sírio.
Aproximadamente 300 anos depois, em meados do século X, os mulçumanos introduziram a alquimia no continente europeu, mais precisamente, através da península ibérica, na Espanha.
No século XIII, o conceito de quatro elementos primitivos e geradores da natureza (água, fogo, terra e ar), foi substituído pela idéia de que havia apenas três elementos básicos : mercúrio, enxofre e sal.
O alquimista árabe Abu Musa Jabir ibn Hayyan al Sufi (conhecido como Geber) concluiu que os metais eram gerados no interior da Terra e compostos de mercúrio e enxofre.
Acreditava-se que ouro e prata eram compostos de mercúrio e enxofre em sua forma pura. Enquanto os outros metais eram formados com enxofre impuro.
Dessa forma, concluiu-se que, se através de um processo adequado, fosse possível "purificar" o enxofre, este poderia facilmente ser transmutado em ouro.
No ano de 1525, surgiu uma espécie de "escola de químicos" fundada por Paracelso.
A Iatroquímicos (iatros, do grego, médico) tinha como objetivo principal encontrar um meio de que a humanidade se tornasse totalmente imune às doenças naturais.
Porém esta causa poderia também ocultar a intenção de encontrar o chamado Elixir da longa vida.
Foi também entre Paracelso e os iatroquímicos que surgiu o conceito de quintessência, que neste caso, seria equivalente ao "elemento divino".
Entre os alquimistas mais célebres da história, destacam-se Tomás de Aquino, Paracelso, Nostradamus, Nicolas Flamel e Francis Bacon.
Além do lendário Conde de Saint Germain , que teria encontrado a Pedra Filosofal e o Elixir da longa vida.
A alquimia medieval é a responsável pelas bases da química moderna.
Além disso, os alquimistas contribuíram imensamente com a medicina contemporânea e deixaram como legado de alguns procedimentos que são utilizados até hoje, como o "banho-maria" (em alusão à alquimista conhecida como Maria, a Judia).
Porém, a maior influência da alquimia encontra-se nas ciências ocultas ocidentais agindo diretamente na sabedoria e natureza humana.
DOWNLOADS :
- TRATADO DE ALQUIMIA ( Espanhol ).
- DICIONÁRIO ALQUÍMICO ( Contribuição de Suzako ).
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