Uma equipe de cientistas italianos
encontrou na Itália uma caveira com um tijolo
aparentemente colocado à força dentro da boca,
o que indica que se acreditava
que o cadáver era de um vampiro.
A caveira, de uma mulher,
foi encontrada na escavação de uma vala comum
onde eram enterradas vítimas de uma epidemia
de peste bubônica na ilha de Lazzaretto Nuovo,
perto de Veneza, Itália, nos séculos XVI e XVII.
Matteo Borrini, da Universidade de Florença,
disse que objetos eram colocados na boca
de supostos vampiros na época
para impedir que eles
se alimentassem dos cadáveres
de pessoas enterradas nas proximidades,
se fortalecessem e passassem
a atacar os vivos.
Borrini, que apresentou suas conclusões
na 61ª reunião da Academia Americana
de Ciências Forenses
em Denver, nos Estados Unidos,
disse que, na época da epidemia,
muitos acreditavam que a doença
era propagada por vampiros.
Marcas de mastigação
Segundo ele,
na época da epidemia de peste,
os coveiros reabriam constantemente a vala
para enterrar os corpos de novas vítimas
e encontravam cadáveres que eles
suspeitavam ser de vampiros.
Os suspeitos costumavam ser identificados
por sinais como “marcas de mastigação”
no tecido em que os corpos eram envoltos.
De acordo com Borrini,
estas marcas eram causadas por
sangue e outros fluidos corporais
que às vezes eram expelidos
pela boca dos mortos,
fazendo com que o tecido parecesse
afundar entre as mandíbulas e romper-se.
Borrini disse que este pode ser
o primeiro ritual de “exorcismo de vampiro”
confirmado por evidências arqueológicas e analisada
com conhecimentos médicos e técnicas forenses.
Entretanto, Peer Moore-Jansen,
um especialista da Universidade Estadual
de Wichita, no Kansas,
afirma que encontrou esqueletos similares na Polônia,
indicando que a descoberta não é pioneira.
Veneza foi muito afetada pela chamada peste negra,
que atingiu a cidade por volta de 1630.
Estima-se que a epidemia matou até 50 mil pessoas
de uma população de 150 mil.
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